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A Zona Oeste do Rio de Janeiro parece uma cidade à parte. Pra maioria dos turistas, a capital fluminense se resume praticamente à Zona Sul e ao Centro, mas desde as Olimpíadas de 2016 isso tem mudado. Hoje a região da Barra, Recreio e adjacências conta com uma ampla oferta de hotéis e restaurantes, além de espaços pra eventos e do metrô e BRT, que facilitam o deslocamento. Veja o que fazer na Barra da Tijuca e arredores e se organize pra passar pelo menos uns dois dias por lá!

Onde se hospedar na Barra da Tijuca

Tá, mas vale a pena se hospedar na Barra da Tijuca? Caso você queira ficar num hotel novinho e de alto nível pagando menos que na Zona Sul, especialmente em finais de semana, pode ser interessante procurar algo por lá.

Se tiver ido ao Rio pra algum evento que esteja rolando por essas bandas, também. E se seu foco for curtir as praias dessa região, ou conhecer uma cara diferente do Rio de Janeiro, pode passar umas noites lá sem medo.

Caso pretenda passar a maior parte do tempo em outras regiões da cidade, no entanto, não recomendo ficar na Zona Oeste. Isso porque o transporte público por lá, apesar de ter melhorado, ainda é bem restrito. Pra ir de táxi de lá até o Centro ou Zona sul, pode se preparar pra gastar uns R$ 50. E mesmo se você estiver de carro, o tempo de deslocamento é considerável.

O que eu fiz na minha última viagem pra o Rio foi curtir algumas semanas do “outro lado” da cidade e ir passar duas noites lá na Barra da Tijuca pra descobrir o que ela tem a oferecer.

Boas opções de hospedagem na Barra são o Ibis Parque Olímpico, o Radisson Barra, o Windsor Oceânico e o Hilton Barra. Pra os mais econômicos, o Hostel Quebra Mar oferece quartos compartilhados ou privativos com bons preços. Eu fiquei no Mercure Barra da Tijuca e gostei muito.

Outra opção é ficar em Jacarepaguá, bairro vizinho onde fica o Parque Olímpico, que recebe grandes eventos como o Rock in Rio. Se você for pra algum rolê por lá, vale a pena conferir as opções de hotéis nas proximidades, como o Suítes W RioCentro, o Monza Hotel, o Venit Barra Hotel e o Courtyard by Marriott.

O que fazer na Barra da Tijuca e arredores

A região da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e adjacências só começou a ser mais habitada lá pelos anos 80 e 90, então você ainda encontra por ali muitas áreas de reserva ambiental e cantinhos tão deslumbrantes que é difícil acreditar que não saiu da “cidade da beleza e do caos”.

O grande destaque por lá, pra mim, são as praias com uma carinha bem menos urbana que Ipanema, Copacabana e companhia. Mas além disso, a Zona Oeste tem outras atrações muito legais que fazem valer a “viagem” até lá. Tem trilhas, museus, passeio de balsa ecológica e até uma ilhota cheia de restaurantes e casinhas fofas. Vamos ver as principais atrações da Barra da Tijuca e região?

Praias e trilhas

As praias da Zona Sul do Rio são as mais famosas não só da cidade, mas do país. Mas sabia que a maior faixa do litoral carioca fica na Zona Oeste? Desconhecidas de muitos turistas e até moradores, as praias da Barra da Tijuca e adjacências são lindas.

Os principais destaques são a Praia da Joatinga (onde a faixa de areia é estreita e some na maré alta), a Praia do Pepê (uma das mais badaladas), a Praia da Barra da Tijuca (a mais longa de todas), a Praia da Reserva, a do Recreio e a do Pontal.

Tem também a da Macumba, a do Secreto (que na verdade é uma piscina natural, só acessível na maré baixa), a Prainha (queridinha dos surfistas), a Abricó (de nudismo) e a Praia de Grumari (onde o badalo é no Quiosque do Alemão).

Essas todas estão mais perto da orla urbana, mas depois vêm as chamadas “praias selvagens”: Meio, Funda, Inferno e Perigoso. Pra chegar nelas é preciso ir até a Barra de Guaratiba e fazer uma trilha moderada. Não recomendo ir só se você não conhecer a região, mas não é preciso um super preparo físico. Fiz esse rolê em 2017 e adorei!

Pra saber mais, leia o post completo sobre Praias da Zona Oeste do Rio e a trilha até a Praia do Perigoso.

Além disso, lá em Barra de Guaratiba você encontra a popular Pedra do Telégrafo, onde o pessoal tira aquela foto que dá a ilusão de estar pendurado sobre um abismo. O caminho até lá é longo, mas a trilha em si é curta.

Lagoa de Marapendi

A empresa Ecobalsas tem balsas ecológicas que transportam moradores de alguns dos maiores condomínios da região até a praia e ao metrô, em nove rotas diferentes. Como moradora de uma cidade entrecortada por rios, acho massa quem usa a água como meio de transporte!

Mas pra você, visitante, o interessante dessa história é o Projeto Expedição Barra, realizado também pela Ecobalsas. Com saídas regulares todos os domingos, esse passeio pela Lagoa de Marapendi dura cerca de uma hora e conta com a presença de biólogos que fornecem informações sobre a fauna e flora da região.

Eu gostei muito do passeio, porque além de a balsa ser superconfortável e as paisagens muito bonitas, aprendi um bocado. A bióloga que atuou como “guia” no dia em que fui era excelente e contou várias coisas interessantes sobre o ecossistema de manguezal e as aves aquáticas presentes por lá, que se assemelham às do Pantanal.

Ela nos ensinou a identificar diferentes tipos de mangues e de garças, falou sobre os hábitos dos jacarés e explicou várias curiosidades sobre a Floresta da Tijuca e sobre os diferentes ecossistemas presentes no Brasil.

A empresa tem também um clube de praia privativo, o Ecolounge Barra, onde dá pra pagar por day use ou fazer aulas de SUP e de vela.

O passeio de balsa acontece atualmente aos domingos às 10h30 com embarque no Pier Ecolounge (Av. Lúcio Costa, lote 1 PAL 31646 Barra da Tijuca), ao lado do Beach point do Blue (Avenida Lúcio Costa, 8060), entre a ilha 25-26, no primeiro pardal no sentido Barra-Recreio, km 6,5.

Os ingressos custam hoje R$ 30 (ou R$ 25 pra crianças de 4 a 10 anos) e é recomendável fazer a reserva pelo (21) 97002-1899 ou ecobalsas@ecobalsasrio.com.br.

Sítio Burle Marx

Cresci frequentando, no Recife, uma praça projetada pelo grande paisagista Burle Marx. Tenho tanto carinho por ela e suas vitórias-régias que fiquei triste por não conseguir visitar o Sítio Roberto Burle Marx lá em Barra de Guaratiba. Pelo que li por aí, o passeio é muito legal.

Burle Marx doou à União o sítio onde morava e trabalhava, que hoje é administrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Pra visitar o espaço é preciso agendar com antecedência uma visita guiada, que pode ser de terça-feira a sábado.

No espaço, você encontra um acervo botânico e paisagístico com cerca de 3.500 espécies cultivadas, com ênfase em plantas tropicais autóctones do Brasil. Além disso, tem o Museu Casa de Burle Marx, que preserva mais de 3 mil objetos de arte reunidos pelo paisagista ao longo da sua vida.

O sítio fica na Estrada Roberto Burle Marx, 2019. Telefone: (21) 2410-1412. E-mail: srbm@iphan.gov.br. Horário: apenas com agendamento, de terça a sábado, às 9h30 e 13h30. Ingressos: R$ 10 por pessoa (crianças até cinco anos não pagam e idosos e estudantes pagam meia entrada).

Ilha da Gigóia

Escondidinha no meio da Barra da Tijuca, a Ilha da Gigóia é um daqueles lugares que nos fazem esquecer que estamos numa cidade grande. Repleta de bares e restaurantes charmosos, ela rende uma tarde super gostosa. Com certeza foi um dos meus passeios preferidos por lá!

Num bairro feito pra carros, o alívio já começa ao encontrar um lugar onde não há nenhum veículo motorizado. Nos arredores da Ilha da Gigoia, o único tráfego é o dos barcos que fazem a travessia até a ilha.

Saiba mais lendo o artigo completo que escrevi sobre a Ilha da Gigóia, incluindo instruções de como chegar lá.

Bosque da Barra

Tá procurando o que fazer na Barra da Tijuca com crianças, ou quer um lugar cheio de verde pra descansar ou se exercitar? Então faça uma visita ao parque Bosque da Barra. Em plena Avenida das Américas, a mais movimentada do bairro, o parque é um refúgio de 50 hectares.

Ele foi criado visando a preservação ambiental, especialmente da vegetação de restinga, característica daquela região. É um bom lugar pra observar aves e borboletas, e com sorte você pode encontrar também umas capivaras e saguis.

Não achei o espaço excepcional em comparação com outros parques do país e do mundo, mas não deixa de ser um ótimo lugar pra fazer piquenique, correr, caminhar ou pedalar.

O endereço é Avenida das Américas, 6000 e o horário de funcionamento atual é de terça-feira a domingo, das 7h às 17h.

Museu Casa do Pontal

Em abril de 2019, o Museu Casa do Pontal (uma das atrações mais legais dessa região do Rio) sofreu uma inundação sem precedentes que levou a seu fechamento. Uma campanha de crowdfunding conseguiu recursos pra promover sua reabertura, que ainda não aconteceu – e, até onde pesquisei, não há previsão de acontecer.

Mantive o relato abaixo, que se refere a quando o museu ainda estava em funcionamento, na esperança de que ele esteja de volta ao normal quando você encontrar esse post. 🙂 Pesquise sobre o status do local antes de ir!

Considerado o maior e mais significativo museu de arte popular do país, o Museu Casa do Pontal é interessantíssimo. A ideia do espaço é divulgar o patrimônio cultural construído pelas camadas populares do nosso país e preservar nossas manifestações culturais e hábitos mais representativos.

A exposição permanente do museu reúne 4.500 obras representativas do universo cultural brasileiro e produzidas desde meados de 1950 até hoje. O acervo é resultado de 40 anos de pesquisas do francês Jacques Van de Beuque pelo país.

Tem muita coisa de barro ou cerâmica e madeira, e algumas das obras têm tantos detalhes interessantes que dá vontade de ficar olhando por horas. Muito mais do que objetos, são representações dos costumes da nossa sociedade através de pequenos hábitos diários e do nosso folclore e festividades. Os itens são acompanhados por textos que não só falam sobre as obras em si, mas explicam o que significa cada manifestação cultural.

São 12 setores temáticos: profissões, Mestre Vitalino, vida rural, ciclo da vida, festas populares, jogos e diversão, circo, arte incomum, arte erótica, cangaço e história do Brrasil, religião e ex-votos e escolas de samba. Como se não bastasse, o espaço em si é bem lindo e arborizado. Espero que volte a funcionar logo (seja lá ou em outro lugar).

 

FONTE: BLOG JANELAS ABERTAS